Sunday, November 14, 2010
Keep on Truckin
por Clicio Barroso em 13 de setembro, 2010
O mundo é tocado por pessoas que pensam, planejam, executam, se orgulham, algumas vezes falham, recomeçam.
Arauto do óbvio?
Talvez.
Na verdade o assunto aqui é o perfil psicológico das pessoas que trabalham.
Há basicamente três motivos a nos impulsionar profissionalmente:
Ideologia, e aí se incluem razões religiosas, políticas, e paixões ilógicas.
Ego, onde cabem o prestígio, o status, e a fama.
Dinheiro, puro e simples.
Claro que se tudo fosse tão maniqueísta assim, preto no branco, o mundo seria muito previsível, e provavelmente entediante.
O caminho mais inteligente para os que gerenciam pessoas é identificar a motivação dos estão sob sua batuta e conseguir reger a sua orquestra com swing. Com jogo de cintura. Saber prever comportamentos, reações, estabelecer laços e parcerias, ser duro quando necessário.
O problema fica mais complicado quando os motivos se entrelaçam, se misturam.
Se o dinheiro é o fator primordial, as soluções são diretas; premia-se o bom trabalho com mais dinheiro. Acontece que há um limite de quanto é suficiente (nunca é), e na falta de outro fator de impulso, o profissional acaba sempre se sentindo injustiçado, desvalorizado.
Se a pessoa é movida a ego, então elogios, promoções (mesmo que desacompanhadas de aumento salarial) e destaque na mídia costumam bastar para que seja estabelecido um nível de satisfação confortável.
Já o idealista, esse não se importa com dinheiro, e geralmente é avesso à fama. Precisa de outro tipo de combustível, impregnado de sentimentos nobres, e o incentivo é a aceitação e compartilhamento das idéias que são sua razão de vida.
Quando se mistura ego com dinheiro, o resultado é status. Ascenção social. Egocentrismo raso, superficialidade.
Já o idealista com dinheiro costuma perdê-lo (o dinheiro), e voltar à posição original, vista por muitos como romântica.
Ego mais idealismo forma uma mistura mais explosiva; os caudilhos costumam se originar a partir desse caldo.
Líderes costumam ser mais complexos; uma dose de idealismo, dinheiro suficiente, uma pitada de ego inflado e inteligência, se traduzem em poder; não necessariamente ruim, esse poder traz subsídios para o progresso, para as idéias grandiosas, para realizações.
O caminho do meio sempre acaba sendo o mais profícuo, e a dosagem ponderada dos três elementos básicos é que cria o equilíbrio necessário para que o mundo se mova adiante.
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